segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Jornal Pioneiro
15 de Novembro de 2010
'Há 10 Anos'
Matéria por Carlinhos Santos
Foto por Roni Rigon
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Há 10 Anos
Ex-escoteiros desenterram cartas e textos arquivados em tubos de PVC escondidos em 2000 no Monte Cuco. Retorno ao passado revela os antigos sonhos daqueles meninos e meninas
Antônio Prado – Com o que poderia sonhar um grupo de meninos e meninas, na faixa dos 11 aos 14 anos, há uma década? Com um mundo melhor, o fim das guerras, a cura de doenças, a felicidade pessoal e de familiares. Em setembro de 2000, o Grupo de Escoteiros Sentinela da Serra, de Antônio Prado, protagonizou uma aventura que, passados 10 anos, ainda ecoa em seus corações e mentes. Liderados pelos chefes, os jovens escoteiros percorreram 14 quilômetros a pé, subindo o Monte Cuco, em Capela Santo Antônio, no interior do município. No alto da montanha de 792 metros, enterraram cartas, fotos e outros textos dentro de duas cápsulas feitas de tubos de PVC.
Os textos descreviam como era sua vida e como gostariam de estar no futuro. No último sábado, às 6h15min, boa parte do mesmo grupo empreendeu a jornada do reencontro, subindo novamente a montanha, desta vez para desenterrar os tubos de PVC. À noite, num jantar na sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), abriram o que denominaram de cápsulas do tempo, revisitando seus desejos,seus sonhos e suas promessas.
Choro e riso deram o clima desse reencontro entre passado e presente, renovando sonhos para o futuro.
– Olhando para eles hoje, rejuvenesço, me sinto criança de novo e descubro como é importante dar valor a cada momento da vida. Todos têm a sua história, como num quebra-cabeça a ser montado – descreveu, emocionado, Radamés Donida, 38 anos, um dos chefes do grupo em 2000.
Revendo imagens projetadas na tela, Joana Anghinoni, 22, relembrou a verdadeira aventura da subida do morro.
– Tive que carregar uma galinha viva, dar água para ela. Quando chegamos, disseram que aquela era a nossa comida. Não comemos muito bem, não – riu a jovem.
Em seguida, chorou diante dos amigos que reencontrou:
– Foram momentos marcantes que vivi, e relembrar tudo isso agora é muito emocionante.
Desativado há seis anos, o grupo de escoteiros de Antônio Prado é tido como uma fonte de aprendizado para muitos dos ex-integrantes.
– Amadurecemos levando em conta os princípios de disciplina e de consciência ambiental, entre outros – descreve Renata Tormena, 24, que, em sua carta, dizia querer ser médica pediatra e, atualmente, estuda Engenharia Química na UCS:
– Mudei a profissão, mas não deixei de lado todos os princípios que cultivei com o escotismo, incentivada por meus pais.
Irmã de Renata, Mariana Tormena, 21, revê a aventura do passado como uma lição para o futuro:
– Daqui a 10, 20 anos, teremos certeza de que aquela adolescência dará frutos bons.
“Esqueci de fazer isso em casa, vou fazer na sede mesmo. Nem dá bola para o papel, que achei no lixo”, anotou Eduardo Rubini, à época com 12 anos, em sua cartinha depositava na cápsula. Passados 10 anos, o rapaz não lembra em nada aquele guri desorganizado. Trabalha em Caxias do Sul como consultor de negócios e mantém uma escola de formação técnica em Antônio Prado.
– Acho demais reencontrar todos por aqui – festejou ele, que não pôde refazer a caminhada, mas jantou com os amigos escoteiros.
Dispersos entre Caxias, Passo Fundo, Rio Grande, Porto Alegre, Santa Maria, Novo Hamburgo e Ipê, mas boa parte ainda residindo em Antônio Brado, durante o jantar de sábado a moçada que frequentou o Sentinela da Serra não cansava de afirmar que, independentemente de terem realizado os desejos depositados nas cápsulas do tempo, têm certeza de que o gesto ainda repercute em suas vidas, mobilizando-os para o futuro.
– Escrevi quatro páginas. Na época, não me preocupava com o futuro. Tudo era colorido, hoje as coisas estão meio cinzas. Mas tenho certeza de que cada um de nós que fazer alguma coisa, vai melhorar o mundo – avalia Cátia Gazzola, 22, estudante de Medicina da Universidade Federal de Rio Grande.
Site original: aqui
Antônio Prado – Com o que poderia sonhar um grupo de meninos e meninas, na faixa dos 11 aos 14 anos, há uma década? Com um mundo melhor, o fim das guerras, a cura de doenças, a felicidade pessoal e de familiares. Em setembro de 2000, o Grupo de Escoteiros Sentinela da Serra, de Antônio Prado, protagonizou uma aventura que, passados 10 anos, ainda ecoa em seus corações e mentes. Liderados pelos chefes, os jovens escoteiros percorreram 14 quilômetros a pé, subindo o Monte Cuco, em Capela Santo Antônio, no interior do município. No alto da montanha de 792 metros, enterraram cartas, fotos e outros textos dentro de duas cápsulas feitas de tubos de PVC.
Os textos descreviam como era sua vida e como gostariam de estar no futuro. No último sábado, às 6h15min, boa parte do mesmo grupo empreendeu a jornada do reencontro, subindo novamente a montanha, desta vez para desenterrar os tubos de PVC. À noite, num jantar na sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), abriram o que denominaram de cápsulas do tempo, revisitando seus desejos,seus sonhos e suas promessas.
Choro e riso deram o clima desse reencontro entre passado e presente, renovando sonhos para o futuro.
– Olhando para eles hoje, rejuvenesço, me sinto criança de novo e descubro como é importante dar valor a cada momento da vida. Todos têm a sua história, como num quebra-cabeça a ser montado – descreveu, emocionado, Radamés Donida, 38 anos, um dos chefes do grupo em 2000.
Revendo imagens projetadas na tela, Joana Anghinoni, 22, relembrou a verdadeira aventura da subida do morro.
– Tive que carregar uma galinha viva, dar água para ela. Quando chegamos, disseram que aquela era a nossa comida. Não comemos muito bem, não – riu a jovem.
Em seguida, chorou diante dos amigos que reencontrou:
– Foram momentos marcantes que vivi, e relembrar tudo isso agora é muito emocionante.
Desativado há seis anos, o grupo de escoteiros de Antônio Prado é tido como uma fonte de aprendizado para muitos dos ex-integrantes.
– Amadurecemos levando em conta os princípios de disciplina e de consciência ambiental, entre outros – descreve Renata Tormena, 24, que, em sua carta, dizia querer ser médica pediatra e, atualmente, estuda Engenharia Química na UCS:
– Mudei a profissão, mas não deixei de lado todos os princípios que cultivei com o escotismo, incentivada por meus pais.
Irmã de Renata, Mariana Tormena, 21, revê a aventura do passado como uma lição para o futuro:
– Daqui a 10, 20 anos, teremos certeza de que aquela adolescência dará frutos bons.
“Esqueci de fazer isso em casa, vou fazer na sede mesmo. Nem dá bola para o papel, que achei no lixo”, anotou Eduardo Rubini, à época com 12 anos, em sua cartinha depositava na cápsula. Passados 10 anos, o rapaz não lembra em nada aquele guri desorganizado. Trabalha em Caxias do Sul como consultor de negócios e mantém uma escola de formação técnica em Antônio Prado.
– Acho demais reencontrar todos por aqui – festejou ele, que não pôde refazer a caminhada, mas jantou com os amigos escoteiros.
Dispersos entre Caxias, Passo Fundo, Rio Grande, Porto Alegre, Santa Maria, Novo Hamburgo e Ipê, mas boa parte ainda residindo em Antônio Brado, durante o jantar de sábado a moçada que frequentou o Sentinela da Serra não cansava de afirmar que, independentemente de terem realizado os desejos depositados nas cápsulas do tempo, têm certeza de que o gesto ainda repercute em suas vidas, mobilizando-os para o futuro.
– Escrevi quatro páginas. Na época, não me preocupava com o futuro. Tudo era colorido, hoje as coisas estão meio cinzas. Mas tenho certeza de que cada um de nós que fazer alguma coisa, vai melhorar o mundo – avalia Cátia Gazzola, 22, estudante de Medicina da Universidade Federal de Rio Grande.
Site original: aqui
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